Há mais de um ano que existiu uma polémica acerca de um jovem YouTuber que faltava às aulas, incentivava os miúdos a serem desrespeitadores em relação aos pais, falava mal português e passava um exemplo de bad boy que recebe dinheiro de forma fácil. Vai daí uma blogger e instagrammer criticou este jovem, outra defendeu os youtubers, e criou-se uma polémica, que hoje já ninguém se deve recordar.
Vamos lá ver… maus exemplos sempre existiram, certo? Ganhar dinheiro de modo fácil também, correcto? Conflito de gerações e estranheza a movimentos novos também, concordas? Por exemplo, quando o Big Brother apareceu na TV foi um escândalo. Muito se falou, entre críticas, debates, aplausos e afins, e atrás desse vieram muitos mais desse mesmo formato e até mais “obscenos”.
Chamem-me à razão se estiver errada: Era o mesmo, não era? Pessoas sem grande formação (com algumas excepções e essas vê-se que vingaram; as outras ficaram pelo caminho), com vontade de ganhar dinheiro chamado fácil (expondo-se) e haviam vários bad boys – um que bateu numa colega, outro que foi após o programa parar à prisão… que acabavam por ser exemplo para alguns.
No entanto, é de sublinhar que existem também bons exemplos e pessoas com formação, que trabalham muito para apresentar conteúdo de qualidade. Só que existem profissões ou actividades que tendencialmente são rapidamente conotadas como frívolas. Antigamente as actrizes e os actores eram vistos como? Inclusive chegava-se a perguntar em entrevistas aos mesmos o que é que os seus pais lhe disseram quando decidiu ser actor. Como se isso fosse um crime.
Hoje já não se coloca muito essa questão, porque o estigma sobre esse grupo já se dissipou. Mas grupos de actividades, que estão a aparecer agora, tomam esse lugar, ou seja, é a vez de serem eles estigmatizados e estarem na berlinda. Acredito, portanto, que tal como no caso do Big Brother, também em relação ao fenómeno dos jovens youtubers, temos de acreditar no poder da educação que damos aos nossos filhos. E que eles possam olhar para esses jovens com um sentido crítico e ao mesmo tempo não ficar alheio ao fenómeno, qual avestruz com a cabeça na areia. Concordas?