Maria Aarts trabalhava, no final da década dos anos 70, num lar com crianças autistas. Conta-se que certo dia uma mãe disse-lhe: “Maria, eu vejo como tu comunicas com o meu filho. Eu tenho tempo, tenho amor e estou disponível. Falta-me a informação. Podes-me ensinar como interagir com o meu filho, como tu interages?” e aí nasceu o embrião do Método Marte Meo. Hoje é um método de desenvolvimento e comunicação aplicável a várias áreas de actuação, desde a educação ao aconselhamento de casais, passando por pessoas com demência.
Esta semana tive a oportunidade de aprofundar um pouco mais o meu conhecimento acerca deste método. No infantário da minha filha ofereceram duas horas e meia para as mães que quisessem conhecer mais acerca deste tema. Juntámo-nos seis mulheres, que rapidamente estávamos a conversar acerca das nossas dificuldades acerca da educação. É tão importante termos comunidade, e percebermos que não somos as únicas com problemas e imperfeições. Vi mães a saírem daquela sala com luz nos olhos porque encontraram compreensão e também apoio.
A terapeuta que nos apresentou o método, também se disponibilizou a aplicá-lo em sessões individuais. A sua agenda já está começa a ficar preenchida! Uma mãe queixou-se que se encontra numa fase que não suporta o filho de três anos, que bate-lhe, não lhe obedece, faz birras insuportáveis e deixa-a completamente destruída. Outra marcou uma sessão para poder perceber o que está a acontecer com o seu pequeno que lhe diz que a odeia, e não consegue brincar sozinho dois minutos, sem procurar os elogios e a atenção da mãe. Ainda outra mãe quis iniciar este método para poder auxiliar os seus dois filhos a brincarem juntos numa interacção salutar.
O mote deste método é “pela própria força“, pois Marte Meo vem do latim e significa “alcançar algo por si próprio”. Através dele recupera-se a própria força e usa-se para criar mudanças em si próprio ou na sua vida, nomeadamente em interacção com aqueles que vivem ao seu redor.