Antes de irmos às dos mais pequenos, falemos das nossas.
No que toca a gerir as nossas finanças, há que ir por partes.
Primeiro, garantir que temos controlo sobre todas as nossas despesas e receitas. Se nunca refletiste sobre isso, podes começar por ler o artigo “Finanças Pessoais em Tempos de Crise”.
Em Segundo lugar, quando já temos algumas poupanças, devemos pensar em aplicá-las para, pelo menos não perdermos dinheiro.
Ora então, é nesta parte que entra o nosso artigo de hoje. Muitas pessoas já começaram a seguir estes passos, aplicam o seu dinheiro, mas “esquecem-se” das poupanças dos filhos.
Ora, como sabem (se não sabiam ainda, vão ficar a saber agora), o dinheiro perde valor de ano para ano e isso deve-se à Inflação.
De uma forma breve e resumida, a Inflação é o aumento do preço dos bens e dos serviços.
Vamos lá a um exemplo prático da Inflação:
Segundo os dados do INE – Instituto Nacional de Estatística, a taxa de inflação o ano passado foi de 0,34%.
O que isto significa?
Imaginem um carrinho de compras de supermercado que em 2018 nos custou 100 Euros. Exatamente os mesmos produtos, em 2019 já nos custaram 100,34 Euros.
Os 100 Euros que nós tinhamos guardados, um ano depois já davam para menos coisas.


Imagem: Simulação do exemplo apresentado efetuada no site do INE: https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ipc
Agora imaginem este efeito multiplicado por 10, 20 ou 30 anos… Já conseguiram imaginar o dinheiro que estão a perder?
E os nossos filhos? Que raio de pais somos nós se permitirmos que eles também estejam a perder o seu dinheiro? Sim, até atingirem a maioridade, somos nós os responsáveis por eles. Por isso, essa responsabilidade não inclui apenas a responsabilidade ética de guardarmos todo o dinheiro que lhes dão. Nada disso, é nossa obrigação também garantir que eles não perdem esse dinheiro, e se conseguirmos rentabilizá-lo, melhor ainda.
Agora, alguns de vocês estão a pensar:
Então, mas eu tenho o dinheiro deles aplicado num depósito a prazo.
Confessem…
E eu tenho outra pergunta para vos fazer a seguir a essa.
Ai sim? Boa!. Então e quanto vos pagam por esse depósito a prazo?
Aconselho-vos a consultarem porque, quase de certeza o rendimento desse depósito é inferior à inflação. E, se assim for, apesar de não estarem a perder o dinheiro todo, continuam a perder algum dinheiro (seja o vosso ou dos vossos filhos, estão a perder).
Então e o que faço? Perguntam vocês. A minha sugestão é que confirmem as vossas situações atuais e revejam os produtos que têm subscritos com os bancos.
Contactem ainda os bancos no sentido de perceberem qual a solução que melhor se adapta às vossas realidades atuais.
E, porque motivo eu refiro a vossa realidade indivídual? Há diversos produtos e variam as condições dependendo de alguns fatores:
- Do valor mínimo que tens de ter naquele produto;
- Do período mínimo em que não podes movimentar o teu dinheiro;
- Da comissão de abertura, mobilização e encerramento;
- Da taxa de remuneração.
Por isso, dependendo do dinheiro que tens, do tempo que o podes manter aplicado e da expectativa que tens de mexer ele ou não para calculares logo todas as comissões, é que vais decidir qual a melhor opção para ti.
Confuso? Espero que não.
Vou reunir algumas informações sobre os produtos que existem atualmente no mercado e no próximo mês deixo-tas aqui para que possas rever em conjunto com a informação que obtiveste junto do teu banco.
Até lá, já tens muito trabalho a fazer.
Espero que o tema tenha sido útil e oportuno.
Deixa-me as tuas dúvidas nos comentários ou partilha-as em privado se preferires, por mensagem privada na minha págia de facebook: https://www.facebook.com/CBernardo86/
Lembra-te,
Vive a Tua Liberdade Financeira.
Cláudia, vem mesmo a calhar este teu post. O meu filho tem 14 anos e não só quero abrir uma conta bancária com cartão multibanco para dar-lhe responsabilidade na gestão da mesada, como também iniciá-lo ao mundo dos investimentos com as poupanças que já acumulou.
Nós, como pais, este ano também tomámos uma nova postura financeira, e estamos muito mais atentos a oportunidades. Tínhamos uma conta poupança básica num dos bancos de Portugal e o valor de juros é ridícula. Vendo do teu prisma: perdemos dinheiro.
Já estou ansiosa pelo teu próximo post.
Grata pela tua partilha.
Fico feliz que este tema tenha sido do teu interesse. É mesmo um fator que muita gente não tem em conta mas é fundamental para não perdermos o valor da nossa poupança.
Eu no caso. Tenho uma conta aqui onde vou guardando o dinheirinho do mealheiro da miúda. Rende pouquinho. E colocamos lá o dinheiro quando nos lembramos. Não temos uma data específica. Quanto a nos em Portugal temos seguros de capitalização .
Boa Vera, o importante é estarmos sempre atentos à diferença entre a inflação versus o quanto a nossa poupança nos está a render para garantir que, pelo menos não perdemos dinheiro.
Também considero importante que eles tenham os mealheiros físicos e os vejam crescer, para lhes incutir o interesse na poupança e que se entusiasmem por vê-la crescer.
Outra coisa que estimular, é a poupança por objetivos, e criar um mealheiro para cada objetivo: Exemplo: Para a bicilceta, para aquele jogo ou brinquedo que querem. Do meu ponto de vista é mais saudável aplicar esta estratégia do que atribuirmos estas ofertas nos momentos festivos como é o exemplo do Natal ou do Aniversário, este será um tema a explorar noutro artigo 😉